Visão Geral

  • CONCEITO MULTIDISCIPLINAR
          O conceito multidisciplinar visa a otimização dos resultados dos tratamentos cirúrgicos da obesidade. Trata-se de um conjunto de ações que envolvem profissionais das mais diversas áreas, dando total apoio ao paciente, auxiliando-o a mudar seus hábitos de vida sedentária, para que o paciente obeso venha a ter uma melhor qualidade de vida.

          Avaliações médicas e indicações de tratamento, dietas pré e pós-tratamento cirúrgico, acompanhamento nutricional e psicológico, indicações de atividades físicas e avaliações constantes dos resultados: cada paciente recebe toda a atenção, personalizada, dentro de seu perfil, respeitando sua individualidade e garantindo assim o sucesso do tratamento.
  • QUALIDADE DE VIDA
          Em se tratando de obesidade, nossa maior preocupação são os riscos de desenvolver doenças associadas; objetivamente, se reduzirmos esses riscos a qualidade de vida de nossos pacientes irá melhorar.

    Mas existem outros fatores para a melhoria da qualidade de vida como um todo e essa é a nossa proposta de trabalhar com o conceito multidisciplinar.

    Do que adiantaria submeter-se a uma cirurgia para a redução do peso e/ou melhoria das doenças associadas se os hábitos permanecessem os mesmos?

    O paciente aprenderá a se alimentar melhor, a não ser sedentário, terá sua auto-estima aumentada, respeitando o perfil de cada um.

    Por isso somos criteriosos na seleção dos profissionais que atuam na Clínica e na perfeita interação com os nossos pacientes.
  • OBESIDADE: UM PROBLEMA DO NOSSO TEMPO
          Por milhares de anos , os seres humanos não se preocuparam com o excesso de gordura no corpo porque a obesidade era a forma de acumular reservas de energias, quando não havia comida suficiente para sobreviver e quando escasseavam os alimentos.

    Com o surgimento das civilizações, alguns grandes médicos gregos e árabes assinalaram que os doentes com obesidade sofriam de muitas doenças e viviam menos, porém nunca se prestou a devida atenção ao excesso de gordura e o seu dano à saúde.

    Foi em meados do século passado, quando as companhias de seguro de vida notaram que os obesos morriam vários anos antes que os magros e começaram a elevar as taxas de seguro aos indivíduos com excesso de peso; tanto os médicos quanto os próprios interessados começaram a se preocupar com a obesidade. Hoje, sabe-se que a obesidade afeta uma grande parte da população (em alguns países, um em cada três indivíduos é gordo; no Brasil dois em cada dez adultos), e que causa dano à saúde, afeta a vida pessoal, familiar, sexual, laboral e social de quem a tem e, finalmente, encurta a vida. Não é um problema simples e o que devemos fazer primeiramente é reconhecê-lo e diagnosticá-lo de forma adequada.

    Da mesma forma que ocorre com o tabagismo que, apesar de se ter demonstrado o seu efeito letal sobre a saúde e a vida dos seres humanos, ainda tem os seus defensores, há ainda, aqueles que pensam que a obesidade não é um problema e que os médicos e cirurgiões estão exagerando, acreditando que é somente um assunto da moda e nada mais.
  • TIPOS DE OBESIDADE
          Há obesidades e obesidades, e cada uma tem o seu diagnóstico e seu tratamento especial. Uma pessoa pode ter OBESIDADE SUBJETIVA, quer dizer, não há obesidade real, mas o homem ou a mulher sente-se mal com o seu corpo. Estas pessoas podem ter um pequeno "pneuzinho" no abdome, ou nas cadeiras, ou nas coxas, braços ou no peito e, como não gostam do seu corpo, sentem-se "gordos", "horríveis", "disformes, etc... Esta obesidade localizada em diversos sítios do corpo pode ser corrigida se a pessoa procura um bom cirurgião plástico que faça lipoaspiração ou lipoescultura da zona indesejável. Disto falaremos mais adiante. Outros homens e mulheres podem ter um excesso de peso de muitos quilos acima do seu peso ideal, assim como 12 ou 15 quilos a mais do que deveriam pesar. Eles sofrem o que se chama OBESIDADE MODERADA, que sem dúvida afeta a sua vida pessoal, sua vida familiar, o seu trabalho e a sua auto-estima; podem não ter ainda doenças causadas ou agravadas pelo excesso de peso, mas requerem tratamento sem dúvida alguma. Esta obesidade moderada precisa de atenção de um médico que ajude a lograr um adequado controle do peso e a modificar os hábitos de alimentação e exercício para que a pessoa viva melhor. Finalmente, há doentes que sofrem de OBESIDADE SEVERA, e têm 40,50 ou 80 quilos a mais. Estes doentes são os que sofrem de uma ou mais doenças já mencionadas e sua vida está em perigo. O tratamento destes doentes é cirúrgico, já que foi comprovado em todo o mundo que quem chega a ter este tipo de obesidade, faça o que fizer com regimes, dietas, hipnose,etc., não consegue perder peso de forma adequada, e se consegue, logo voltam a tê-lo novamente. Este fenômeno foi chamado de iôiô, no qual se perde e se ganha peso, cada vez com mais quilos, cada vez com mais dificuldades e com mais doenças. Afortunadamente, tem-se na atualidade grandes avanços na técnica cirúrgica e os resultados após a cirurgia são muito satisfatórios para o doente, seus familiares e seres queridos. Em quaisquer das suas formas, os tratamentos médicos ou cirurgias têm um só objetivo: conseguir que a pessoa esqueça para sempre das dietas “milagrosas”, que aprenda a viver plenamente, alimente-se de forma correta e desfrute do exercício físico e que, com o corpo sadio, recupere totalmente a sua auto-estima e possa gozar a vida de forma plena. Seja a obesidade subjetiva, moderada ou severa, existe hoje a solução para cada caso.
  • DEFINIÇÃO DE OBESIDADE MÓRBIDA
          O peso e a distribuição da gordura no corpo são regulados por uma série de mecanismos neurológicos, metabólicos e hormonais que mantêm um equilíbrio entre a ingesta (alimentos e bebidas ingeridos) e o gasto energético. Quando há um excesso da ingestão em relação ao gasto energético, ocorre um armazenamento da sobra de energia sob a forma de gordura, traduzindo-se no aumento do peso corpóreo.

          A obesidade é portanto definida como um excesso do acúmulo de gordura no corpo. Quando este acúmulo atinge grandes proporções, passa a ser chamada de obesidade mórbida. A maneira mais utilizada pelos médicos para quantificar a obesidade é o cálculo do Índice de Massa Corporal, ou simplesmente IMC, que é obtido dividindo-se o peso (em quilos) pela altura (em metros) elevada ao quadrado (IMC = P ÷ A2). A faixa de peso normal considerando-se o IMC varia de 19 a 25 Kg/m2. Pessoas com IMC de 25 a 30 são consideradas acima do peso enquanto aquelas entre 30 e 40 são classificadas como obesas.

          A obesidade é uma dor de cabeça comparada com um tumor cerebral mortal que é a obesidade mórbida. Os riscos e as consequências nocivas da obesidade mórbida são tão graves que necessitam um tratamento efetivo e curativo. Nos Estados Unidos a obesidade é a segunda causa de morte evitável, depois do tabaco.

          Ao perder peso suficiente, o paciente aumenta sua esperança de vida, reduz o risco de desenvolver doenças graves, as doenças associadas curam ou melhoram muito e melhora de maneira geral a sua qualidade de vida.

          Finalmente, pessoas com IMC acima de 40, são portadoras de obesidade mórbida, o que equivale a aproximadamente 45 Kg acima do peso ideal. A estratificação dos indivíduos com base no IMC, agrupando-os em diferentes classes de peso, guarda uma relação direta com a taxa de mortalidade, variando de "baixíssima" em pessoas com índice normal até "altíssima" naqueles com IMC acima de 40 Kg/m2.
  • CAUSAS DE OBESIDADE
    Hereditariedade
    Deficiência ou falha da molécula leptina, que controla a quebra e a utilização da gordura.
    Hormônios
    Hipotireoidismo, ovários policísticos e outras doenças endócrinológicas
    Puberdade, gravidez, menopausa e andropausa.
    Medicamentos
    Antihistamínicos, anticoncepcionais e antidepressivos.
    Emocionais
    Ansiedade e depressão provocam compulsão.
    Hábitos
    "Beliscar" a todo o momento, lanches fora de hora, frituras e doces em excesso;
    Vida sedentária e estressante;
    Alimentação diária em "fast foods" e a falta de alimentos saudáveis.
  • CLASSIFICAÇÃO

    Uma das melhores formas de se avaliar a obesidade é através da determinação do IMC (Índice de Massa Corporal), uma fórmula matemática que determina o grau de obesidade de forma confiável, rápida e fácil. Representa a relação entre peso e altura.

     


    RELAÇÃO DO IMC X RISCO DOENÇA ASSOCIADAS
     



     

    Não existe um tratamento clínico efetivo para a obesidade severa. Esta foi a conclusão mais importante da Conferência de Consenso de Especialistas em Obesidade, que se reuniram em 1991 em Washington, na qual participaram especialistas de nutrição, endocrinologistas e cirurgiões. Aos pacientes com um IMC igual ou superior a 40 deve-se propor, como primeira alternativa à sua obesidade, uma solução cirúrgica.

  • TIPOS DE OBESOS SEGUNDO A INGESTA
    Glutões – São aqueles que ingerem a comida com ânsia e em excesso. Eles são muito frequentes nos super-obesos, que muitas vezes só fazem suas três refeições ao dia e se sentem satisfeitos.
    Beliscadores – São aqueles que estão todo dia comendo mesmo que em quantidades pequenas. Não param de beliscar “a toda a hora” do dia.
    Gulosos – Comedores de embutidos, cremes de leite (chantily), guloseimas e doces. Em geral tudo que for doce.
    Entre estes grupos estão todos os casos intermediários. O tipo de obeso e a forma de fazer a ingestão alimentar são importantes na hora de planejar e definir o tipo de intervenção porque as características de cada paciente são diferentes. Nós, seres humanos, somos semelhantes, não iguais.
  • PRINCIPAIS DOENÇAS ASSOCIADAS

    A obesidade mórbida traz consigo muitos efeitos prejudiciais à saúde. Estas doenças se agravam com a severidade da obesidade e melhoram quase sempre quando esta é tratada com êxito. Os principais são:

    • Risco de morte prematura está muito elevado
    • Hipertensão arterial
    • Doenças coronarianas
    • Cardiomiopatia hipertrófica
    • Apnéia do sono
    • Colelitíase (pedra na vesícula)
    • Diabete mélito tipo 2
    • Menstruação irregular ou ausência de menstruação
    • Hirsutismo
    • Infertilidade
    • Incontinência urinária de esforço
    • Dores articulares
    • Varizes de membros inferiores
    • Câncer ( 33% nos homens e 55% nas mulheres )
    • Hipertensão intracraniana idiopática
    • Refluxo gastro-esofágico
    • Problemas psico-sociais
     

  • COMPLICAÇÕES SOCIAIS

    • Limitações para aquisição de roupas.
    • Limitações para exercer normalmente seu trabalho, higiene íntima difícil e às vezes deficitária, apesar de todos os esforços.
    • Acesso limitado a cadeiras e assentos.
    • Limitações para andar, subir e descer escadas. Muitos obesos terminam em cadeira de rodas.
    • Limitações sexuais.

  • MEDICAMENTOS QUE AGRAVAM A OBESIDADE

    • Antidepressivos cíclicos
    • Fenotiazidas
    • Lítio
    • Benzodiazepínicos
    • Antiepiléticos
    • Esteróides
    • Anti-concepcionais
    • Anti-histamínicos
    • Etc.

    Diferentemente da maioria das operações habituais, os procedimentos cirúrgicos para tratamento da obesidade mórbida devem sempre ser avaliados e cuidados por equipe multidisciplinar. A nossa equipe é formada por cirurgiões, anestesistas, nutrólogo, nutricionista, psiquiatra, psicólogo, enfermeira, professor de educação física e equipe de home care. Conforme a necessidade, outros profissionais de boa formação e de nosso convívio são acionados tanto no pré quanto no pós-operatório. São cardiologistas, pneumologistas, endocrinologistas, intensivistas, ortopedistas, fisioterapeutas, etc., que são solicitados para avaliação, sempre visando minimizar riscos e o bem-estar geral dos pacientes.

    Do mesmo modo que a nossa equipe se formou e se preparou para atender o paciente obeso mórbido, o hospital onde nós operamos também teve que se adaptar para receber com conforto e segurança este tipo peculiar de doente. Assim, foram adaptadas cadeiras e macas de transporte, dependências de internação como camas e sanitários, além da aquisição de instrumentos cirúrgicos especiais, afastadores e modernos aparelhos para anestesia, que nos permitem fazer cirurgias em pacientes muito obesos (mais de 250 Kg) com toda segurança.