Logo que o paciente operado volte da sala de operações, pode levantar-se e movimentar-se sem problemas e sem perigo – o fator limitante é a dor que normalmente cede com uso de medicamentos apropriados; recebe líquidos pela veia, porque não pode beber nada nas primeiras 24 horas e são administrados antibióticos de forma preventiva. Após 24 – 36 horas inicia a alimentação pela boca, com pequenos goles de líquido e, em 48 a 72 horas pode voltar para casa.
Os pontos da pele e o dreno são retirados durante a segunda semana de pós-operatório, ocasião em que serão dadas as instruções precisas a respeito das atividades posteriores.
Esta operação é chamada de Cirurgia Maior em pacientes de alto risco, por isso é preciso que se faça, como foi mencionado antes, uma avaliação completa de cada caso antes da cirurgia. Os riscos inerentes à cirurgia da obesidade: problemas cardíacos, do sangue e pulmonares são prevenidos em cada caso e, se ocorrerem, deverão ser tratados. A cooperação do paciente operado é importante para que a evolução pós operatória seja satisfatória.
Na atualidade, as técnicas cirúrgicas asseguram um êxito que excede 85 – 90% em todo mundo; há pacientes que por diversas razões não modificam seus hábitos alimentares, recusam-se a fazer exercícios físicos como parte de sua nova vida e, após perder peso no início, estacionam num peso superior ao desejado.
A cirurgia restritiva para o tratamento da obesidade não tem conseqüências metabólicas prejudiciais; em alguns pacientes pode haver descenso da hemoglobina, que requer ferro, ou deficiência de vitamina A ou B que se corrige com medicação.
Já os procedimentos mistos, que apresentam um componente restritivo e um
componente “disabsortivo”, requerem um acompanhamento de longo prazo e
necessitam, na grande maioria das vezes, reposição de ferro e vitaminas do
complexo B. Por este motivo os pacientes são orientados a tomar um comprimido de
polivitamínico, diariamente, para prevenção de avitaminoses.
Como a capacidade do estômago é menor e a cirurgia ainda é muito recente, o retorno à alimentação normal deve ser lenta e progressiva. Depende muito do tipo de operação. Cada paciente tolera de forma diferente os alimentos e é difícil estabelecer um ritmo alimentar. O próprio paciente será seu melhor conselheiro.
Durante a primeira semana , recomenda-se que só se bebam líquidos (água, sucos
ou caldos), em pequenos goles, pouco mais de duas colheres de sopa,
aproximadamente 30ml e, caso se tolere bem, vai-se repetindo ao longo do dia. É
conveniente ingerir cerca de 3000ml de líquidos durante as 24h para manter uma
boa hidratação corporal.
A partir da segunda semana já se podem tomar iogurtes, sopas ralas, cremes,
purês e toda comida triturada, porém em pequenas quantidades. Nesta fase pode se
aumentar a qualidade e a quantidade da comida, podendo ser normal, incluindo
legumes, frutas, carne, pescados, leite e seus derivados. Ainda assim deve-se:
• Comer lentamente, reservando meia hora para cada refeição e, de preferência,
junto com a família.
• Mastigar tudo muito bem.
• Reduzir a quantidade de comida e, sentindo-se cheio, deixar de comer.
• Evitar beber líquidos durante as refeições e, pelo menos, meia hora depois.
• Não perder as refeições.
• Comer alimentos ricos em proteínas.
• Fazer uma dieta variada.
• Não ficar deprimido se certas comidas não são toleradas no princípio.
• Não ingerir bebidas alcoólicas.
A obesidade mórbida é uma doença grave que afeta a condição física do paciente, porém prejudica ainda mais a sua mente. O paciente é vítima de uma enfermidade que afeta gravemente sua auto-estima, altera sua imagem corporal, sua relação com outros indivíduos e sua expectativa de vida. Diminui o amor por si mesmo. Para o cirurgião, não há maior satisfação na prática médica do que ter ajudado outro ser humano a libertar-se da prisão (seu próprio corpo obeso) que o tinha prisioneiro.
Os pacientes com melhores resultados são aqueles que levam uma vida ativa. Caminhar é o melhor exercício. Se o paciente se cansa, deve parar. É melhor fazer passeios curtos que cansar-se por fazer um muito longo. Ginástica orientada por profissional qualificado e piscina também são recomendados. É aconselhável caminhar acompanhado e não sozinho. Portanto, pouca cama, “pouco prato e muita sola de sapato” é o melhor, além de ser muito mais barato. O ideal é fazer um passeio de 2 – 3 Km pela manhã e outro à tarde.